sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Semana Combate à Pobreza e à Exclusão Social

A Casa da Criança do Rogil, como Instituição Particular de Solariedade Social está sensível a estas causas. Assim, com diferentes actividades vai assinalar a semana de 17 a 21 de Outubro de 2011.

Acções a realizar:
  1. Distribuição de Alimentos a Famílias Desfavorecidas (no âmbito do Programa PCAAC)
  2. Distribuição de Vestuário a Famílias Desfavorecidas
  3. Distribuição de Folhetos de Sensibilização/Informação sobre a Problemática da Saúde Mental 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Inscrições para o Projecto EspecialMente



Estão abertas as inscrições para o Projecto EspecialMente.

Para se inscrever basta dirigir-se às instalações do Projecto na
Rua João Dias Mendes, nº 46 em Aljezur.

Para outras informações pode dirigir-se directamente às instalações do Projecto ou   contactar-nos através do: 282 995 433 / 960 115 433 
ou para o email: projecto.especialmente@gmail.com


Esperamos por si!

Dia Mundial da Saúde Mental


Comemora-se hoje, dia 10 de Outubro o dia mundial da Saúde Mental.
Os estudos epidemiológicos mais recentes demonstram que as perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental se tornaram a principal causa de incapacidade e uma das principais causas de morbilidade, nas sociedades actuais. A carga de perturbações mentais tais como a depressão, dependência do álcool e esquizofrenia foi seriamente subestimada no passado, devido ao facto de as abordagens tradicionais apenas considerarem os índices de mortalidade, ignorando o número de anos vividos com incapacidade provocada pela doença. Das 10 principais causas de incapacidade, 5 são perturbações psiquiátricas.
Também, segundo a Academia Americana de Psiquiatria da Infância e da Adolescência e a OMS-Região Europeia, uma em cada cinco crianças apresenta evidência de problemas de saúde mental e este peso tende a aumentar.
Para além das pessoas que apresentam uma perturbação diagnosticável, muitas têm problemas de saúde mental que podem ser considerados “subliminares”, ou seja, não preenchem os critérios de diagnóstico para perturbação psiquiátrica mas estão também em sofrimento, devendo beneficiar de intervenções.” (Dados retirados do Plano Nacional Saúde Mental 2007 – 2016 Coordenação Nacional de Saúde Mental)


SAÚDE MENTAL
O que é a Saúde Mental?
 É sentirmo-nos bem connosco próprios e na relação com os outros. É sermos capazes de lidar de forma positiva com as vicissitudes do dia a dia. É sentirmo-nos confiantes e não temermos o futuro.
Para termos saúde mental não basta a ausência de sintomas psiquiátricos, é necessário a presença de competências e recursos internos que permitam enfrentar os obstáculos da vida, não adoecendo, mas sim vivendo em bem estar psíquico, ou seja, com robustez mental.
           O indivíduo com boa saúde mental sente-se geralmente bem, feliz, com energia e confiança, tem capacidades que o tornam adequado, estável, equilibrado, capaz, mesmo em situações adversas.
A saúde mental depende de vários factores, nomeadamente, o estado biológico global e cerebral do indivíduo, a presença de uma vida equilibrada, com baixos níveis de stress, relacionamentos familiares e sociais estáveis, respeito pelos limites físicos e psíquicos, equilíbrio entre as actividades profissionais/familiares/sociais, etc.


DOENÇA MENTAL. O QUE É?
            Não há uma, mas diversas e distintas doenças mentais.
Podemos dizer que sofremos de doença mental quando temos algum sofrimento emocional, quando sentimos dificuldades cognitivas ou quando nos apercebemos que a percepcção e o nosso pensamento se modificaram.
As perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental são uma  das principais causas de incapacidade. Em Portugal, 1 em cada 5 portugueses terá uma doença mental ao longo da sua vida.  

QUEM PODE PADECER DE DOENÇA MENTAL?
        Ao longo da vida, todos nós podemos ser afectados por perturbações de saúde mental, de maior ou menor gravidade. Algumas fases, como a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o envelhecimento, ou acontecimentos e dificuldades, tais como a perda de familiar próximo, o divórcio, o desemprego, a reforma e a pobreza podem ser causa de perturbações da saúde mental.


PROBLEMAS DE DOENÇA MENTAL MAIS FREQUENTES

Ø      Ansiedade
Ø      Mal-estar psicológico ou stress continuado
Ø      Depressão
Ø      Abuso e dependência de álcool e outras drogas
Ø      Perturbações psicóticas, como a esquizofrenia
Ø      Suicídio
Ø      Deficiência Mental e Perturbações Globais do Desenvolvimento
Ø      Perturbações Disruptivas do Comportamento e Défice de Atenção
Ø      Demências



Falsos (Pré) Conceitos Sobre a Doença Mental

Apesar da alta prevalência das perturbações mentais, os conceitos e os mitos sobre doença mental continuam a persistir. Assim, os indivíduos afectados por perturbações do foro da saúde mental são muitas vezes incompreendidos, estigmatizados, excluídos e/ou marginalizados devido a falsos conceitos
Os mitos, a estigmatização e a discriminação associados à doença mental, faz com que muitos indivíduos tenham vergonha e receio de procurar apoio ou tratamento, ou não queiram reconhecer os primeiros sinais ou sintomas de doença

Não devemos nunca esquecer que os indivíduos afectados por patologia mental são cidadãos de pleno direito. Não deverão ser excluídos do resto da sociedade. Devem, sim ser apoiados no sentido da sua plena integração na família, na escola, nos locais de trabalho e na comunidade.


Sites a consultar: www.saudemental.pt
                                www.portaldasaude.pt/portal
                                www.acs.min-saude.pt
                                www.adepressaodoi.pt


                                                                             Telma Serrão
                                                                                              Psicóloga Clínica
                                                           Coordenadora do Projecto EspecialMente






sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A Psicomotricidade

O que é a Psicomotricidade? 

A psicomotricidade é uma terapia de mediação corporal que estuda e investiga as relações recíprocas e sistémicas entre o psiquismo (mente) e a motricidade (corpo). Baseando-se numa visão holística do ser humano, a psicomotricidade encara de forma integrada as funções cognitivas, sócio-emocionais, simbólicas, psicolinguísticas e motoras promovendo a capacidade de ser e agir num contexto psicossocial.
 
Ou seja, a psicomotricidade interfere no acto intencional significativo a fim de estimulá-lo e modificá-lo, usando como mediadores a actividade corporal e a expressão simbólica com o objectivo final de aumentar a capacidade de interacção do sujeito com o ambiente.

“A Psicomotricidade é a vida psíquica expressa em comportamento. O conjunto de fenómenos que constituem o substrato da vida psíquica (impulsos, emoções, sentimentos, pensamentos) exprime-se através da motricidade (linguagem corporal e verbal).”

João dos Santos 

Intervenção a que nível?

A psicomotricidade pode actuar ao nível preventivo, reeducativo e terapêutico. É uma intervenção com:



Indicações terapêuticas:
  •  Tipos de personalidade ou de fases do desenvolvimento que podem evoluir melhor através do agir, da experimentação e do investimento corporal;
  •  Pessoas para quem é necessário reencontrar a possibilidade de comunicar e de organizar o pensamento, privilegiando a experiência ligada à interiorização da vivência corporal;
  •  Problemáticas com incidência corporal: dispraxia, desarmonias tónico-emocionais, instabilidade postural, perturbações do esquema corporal e da lateralidade, estruturação espacial e temporal, perturbações da imagem corporal, problemas psicossomáticos;
  •  Problemáticas com incidência relacional: dificuldades de comunicação e de contacto, inibição, instabilidade psicomotora, agressividade, etc.;
  •  Problemáticas com incidência cognitiva: no plano do processamento informacional: défices de atenção, de memória, de simbolização e de organização perceptiva.
APP (Associação Portuguesa de Psicomotricidade)  
como por exemplo ...
Perturbações do Espectro Autista;
Perturbação da Hiperactividade com Défice de Atenção;
Dificuldades de Aprendizagem;
Perturbação do Comportamento;
Paralisia Cerebral;
Síndrome de Down;
Défices Sensoriais, ... 

Como é organizada uma sessão de Psicomotricidade?

Na generalidade uma sessão de psicomotricidade engloba as seguintes fases:
  1. Ritual de entrada na sessão, como por exemplo descalçar os sapatos;
  2. Conversa inicial (organização psicolinguística), onde são escolhidas e/ou apresentadas as actividades a realizar;
  3. Realização das actividades, seguindo-se as actividades escolhidas pelo terapeuta;
  4. Retorno à calma, normalmente através de exercícios de relaxação;
  5. Diálogo final, por vezes poderá ser realizado um desenho sobre a sessão;
  6. Ritual de saída.
A metodologia da intervenção poderá ser em grupo ou individual, é escolhida consoante as necessidades dos indivíduos. Quando se opta por um método individual o objectivo será sempre a inserção num grupo.

Que actividades são realizadas?

Jogo simbólico (dramatizações, faz-de-conta, …), técnicas de relaxação (relaxação para crianças de Jéan Bergés, relaxação progressiva de Jacobson, relaxação Psicomotora, …), terapia e reeducação gnóso-práxica (promoção da estruturação temporal, organização e planificação de tarefas, …), actividades de educação gestual e postural (reeducação da equilibração e do controlo tónico, …), actividades de estimulação sensorial, actividades expressivas, actividades lúdicas, entre outras.


Em psicomotricidade partimos sempre daquilo que o indivíduo já é capaz de fazer (possibilidades psicomotoras) a fim de criarmos um ambiente envolvente, acolhedor, cativante e de confiança, para que mais tarde o indivíduo nos mostre as suas dificuldades (dificuldades psicomotoras) e assim, conseguimos intervir, modificando-as, recorrendo sempre a um ambiente lúdico, simbólico e de grande expressividade motora.

O instrumento de trabalho é o corpo em movimento, o do terapeuta e o do indivíduo, como meio de relação consigo próprio, com o outro e com o envolvimento.


Rute Maria
Psicomotricista 

  

quinta-feira, 14 de julho de 2011

ESPECIALMENTE - Prevenção e Tratamento da Doença Mental


A Casa da Criança do Rogil, apresentou candidatura ao Alto Comissariado da Saúde para a implementação de um projecto de Prevenção e Tratamento da Saúde Mental, no sentido de intervir com todos aqueles que padecem de perturbação mental.
Esta necessidade prende-se com o facto de estarmos conscientes da carência de respostas ao nível da saúde mental no Concelho de Aljezur.


A Doença Mental em Portugal
Estudos epidemológicos recentes demonstram que as perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental são uma das principais causa de morbilidade da sociedade actual. De facto, das 10 principais causas de incapacidade, 5 são perturbações psiquiátricas.
Em Portugal, 1 em cada 5 portugueses sofre de perturbação psiquiátrica.
Apesar da alta prevalência das perturbações mentais, os mitos sobre a doença mental e a estigmatização do doente continuam a persistir.


EspecialMente - Projecto de Prevenção e Tratamento da Doença Mental

O Que É?
É um projecto de intervenção com abordagem multidisciplinar que visa proporcionar aos indivíduos com necessidades físicas, mentais, cognitivas ou com múltiplas perturbações no seu desenvolvimento biopsicossocial estimular as suas potencialidades, visando a integração e inserção social.
Tendo como referencial o indivíduo na sua totalidade, singulariedade, considerando-o como ser único, procuramos ir de encontro às suas necessidades e expectativas, fomentando a integração e a sua participação activa no processo de intervenção terapêutica.


O Nosso Principal Objectivo
  • Melhorar a qualidade de vida e bem-estar psico-sócio-emocional do paciente com patologia mental;  
  • Sensibilizar e promover a Saúde Mental


O Que Fazemos?
A equipa multidisciplinar intervém através de diferentes domínios da saúde em indivíduos portadores de patologia mental ao longo de diferentes períodos etários do seu ciclo de vida, contribuindo para o seu bem estar.


A Nossa Intervenção
  • Avaliação Multidisciplinar
  • Acompanhamento Psicológico enquadrado nas diversas terapias
  • Psicomotricidade
  • Terapia da Fala
  • Actividades Aquáticas
  • Hipoterapia
  • Acompanhamento às Famílias dos Utentes
  • Programa de Competências Pessoais e Sociais aplicado aos Pacientes/Famílias
  • Acções de Sensibilização/Prevenção da Saúde Mental

A Quem se Destina?
Todos os indivíduos residentes no Concelho de Aljezur que apresentem patologia na área da saúde mental
Dando prioridade a:
  • Crianças e Jovens
  • Indivíduos em risco de exclusão e/ou com baixos recursos socioeconómicos


Quem Somos?
Psicóloga Clínica/Coordenadora do Projecto: Telma Serrão
Técnica Superior de Política Social: Carla Pires
Assistente Social: Claúdia Rosa
Psicóloga: Manuela Cruz
Terapeuta da Fala: Patrícia Rocha
Psicomotricista: Rute Martins
Área Financeira: Isabel Lobato


Contamos com o Apoio do Município de Aljezur


Contactos:
Casa da Criança do Rogil: Telf: 282 995 018

www.casadacriancadorogil.pt


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Para relembrar o nosso natal...!!!

Com a colaboração dos papás e mamãs dos nossos meninos da creche de Odeceixe, fizemos da nossa árvore de natal um puzzle gigante, cada peça foi para casa para ser enfeitada  em familia... O resultado da imaginação FANTÁSTICA dos nossos pais está à vista...


domingo, 10 de abril de 2011

Artigos Com Psicologia

DIZER “NÃO” TAMBÉM É AMOR!!!

A importância do “Não” na criação de um clima estável e seguro para a Criança


 Uma das maiores dificuldades na educação de uma criança consiste na tarefa de saber dosar amor e permissividade com limite e autoridade. Todos temos consciência da importância de impôr limites, mas isso, parece não ser suficiente para fazer desta uma tarefa fácil. Os pais frequentemente deparam-se com muitas dúvidas: Estou a agir certo? Onde eu errei? Por que ele não me obedece?


Falar de transmitir o “Não” é falar de impôr regras e limites.
As regras e os limites são fundamentais para que a criança se desenvolva psicologicamente saudável.
Como nos diz Winnicott, a mãe tem um papel singular no desenvolvimento emocional da criança, sendo esta imprescindível em todo o processo no qual a criança atinge a unificação do self.  Segundo o autor, é a natureza emocional da relação e as trocas interactivas mãe-bebé que funcionam como alicerces para a diferenciação e estruturação do self, ou seja, é o vínculo emocional e físico estabelecido entre a díade que determina as bases para o saudável desenvolvimento das competências inatas do indivíduo.  Desde logo, que a principal tarefa da mãe é a preocupação materna primária, é o seu estado característico de dedicação que permite, não só, oferecer-se naturalmente e de bom grado para cuidar do/a filho/a, como também, ser capaz de providenciar experiências positivas que permitam que o Eu incipiente do bebé emirja, fornecendo para tal um meio seguro no seio do qual o bebé é experienciado e contido.
Winnicott defende que se a mãe for portadora desta condição psicológica será uma mãe “suficientemente boa”, pois efectua uma adaptação activa às necessidades do bebé diminuindo, gradualmente, esta adaptação consoante sente que o/a seu/sua filho/a é capaz de lidar com a frustração na sua ausência. Uma mãe “suficientemente boa” consegue responder à omnipotência do filho, dar-lhe sentido e promover a integração do ego da criança. Assim, mediante a força que a mãe dá ao ego do filho, através da implementação das expressões omnipotentes, este vai progressivamente adquirir vida autónoma.
Neste sentido, é desde muito cedo, que os pais devem começar a estabelecer os limites na sua criança! Os pais ao não responderem de imediato às solicitações do/a seu/sua bebé, estão a ensinar-lhe desde logo a gerir e a aumentar a sua capacidade de tolerância à frustração, e consequentemente, a ensinar-lhes  a serem crianças mais felizes.
Para percebermos melhor esta questão, é importante analisar como a noção do proibido  vai constituindo-se ao longo do desenvolvimento infantil, pois só assim, se torna mais fácil compreender o comportamento da criança.
Até ao fim do primeiro ano de vida, a criança obedece ao princípio primordial da vida humana -  o Princípio do Prazer - por isso procura apenas fazer o que lhe causa satisfação e tenta “fugir” do que é vivido como algo desprazeroso. Nesse estádio do desenvolvimento, age por impulso instintivo. Esse é o primeiro sistema de funcionamento mental, o mais primitivo e existente desde o nascimento do indivíduo, que é denominado de id. O id é essencialmente impulsivo – age primeiro e pensa depois. É imperioso, intolerante, egoísta e amoral; é agressivo, sexual, destrutivo, ciumento, enfim, é tudo que existe de selvagem em nossa natureza. Assim, a criança quer fazer tudo o que lhe vem à mente: deseja o que vê, imita o que fazem ao seu redor e tem permanentemente insaciável e activa a sua curiosidade que, frequentemente, aborrece, preocupa e constrange as pessoas. Ao mesmo tempo, essa impulsividade é uma das necessidades mais prementes em seu desenvolvimento, que, quando reprimida, gera crianças sem brilho, apáticas, desinteressadas e rigidamente bem comportadas. A necessidade de tocar, apalpar, mexer, demonstrar, destruir, desfazer e tentar reconstruir objetos são atividades importantíssimas e fazem parte de sua forma de entrar em contato com o mundo externo.
A partir dos 18 meses, a criança começa a opor-se para afirmar-se e existir por si mesma. É o início da fase do “Não”, tão temida pelos pais, e que termina, na melhor das hipóteses, por volta dos três ou quatro anos. Nessa fase, trata-se de uma oposição sistemática, porém necessária à estruturação e organização de sua personalidade. Para uma criança, dizer "não" significa apenas: "Eu acho que não! E você?" Ela quer simplesmente uma resposta dos pais que, favorável ou não, terá, pelo menos, o mérito de indicar os limites.
A partir dos três ou quatro anos, a criança passa, pouco a pouco, do "não" sistemático – modo de comunicação arcaico, mas necessário ao seu desenvolvimento – para o "não" refletido, que afirma seus gostos e escolhas.
Percebemos, então que os primeiros anos de vida da criança são os mais importantes, pois é quando se configura aquilo que vai ser a sua personalidade, é quando grande parte da sua estrutura mental  vai organizar-se.
Para se tornarem adultos maduros, as crianças precisam de ter uma série de normas e de limites bem claros. E quando a família não lhes dá essa base, facilmente se tornam manipuladoras, estando constantemente a testar os limites.

Na Prática, Como Impor Regras e Limites???

v     Os pais não devem ser companheiros dos seus filhos, mas sim orientadores, isto é, os filhos contam que os pais exerçam o papel de pais, porque mais ninguém o fará. Uma dose q.b. de autoridade vai fornecer-lhes a estabilidade e a segurança diárias de que necessitam.

v     Outro factor importante é o facto de existirem diferentes limites e regras para os diferentes tipos de idade. É importante que os pais reconheçam as diferentes fases pelas quais as crianças passam e se consigam inteirar das mesmas. E que nunca transmitam qualquer tipo de insegurança, porque as crianças rapidamente percebem quando os pais não se sentem seguros, e um pai que não é seguro transmite essa insegurança aos seus filhos.

v     É no equilíbrio entre a negociação diária e uma autoridade regrada que vai conseguir contrariar a teimosia e tirania das crianças. Daí que dizer “Não” seja, de facto, importante. Mas essa autoridade deve viver a par com uma negociação que se pode pôr em prática nas mais variadas actividades do quotidiano. O diálogo é uma das principais ferramentas na educação de uma criança, contudo este só funciona quando elas estão de facto a ouvir, o que só acontece quando estão tranquilas e não durante as suas birras. É um erro tentar explicar algo nessa altura, porque esse é o momento de actuar, de impor os limites.

v     Se as crianças não errarem e não souberem como ultrapassar as dificuldades pertencentes aos seus erros, dificilmente serão crianças felizes. A criança tem de se acostumar a pequenas frustrações e não a ter tudo o que lhe apetece naquele momento, porque essas frustrações fazem parte da vida. Se facilitarmos tudo no momento, isso vai resultar num adulto que facilmente se perderá quando surgir algum tipo de dificuldade. E isto porque nunca lhe foram criadas situações de ter de lidar com a frustração.

Desta forma é importante que os pais estejam bem presentes na vida dos/as seus/suas filhos/as, constituindo o pilar das suas vidas. Se os pais e educadores souberem escutar e actuar no momento certo, o que implica um “Não firme”, as crianças irão respeitá-los e reforçar as suas próprias capacidades de superar momentos e dificuldades.

                                                                                                   Telma Serrão
                                                                                                Psicóloga Clínica

 

Intervenção em Adultos

INTERVENÇÃO EM ADULTOS/PSICOTERAPIA NO ADULTO
Aos adultos é lhes muitas vezes exigido o desempenho de vários papéis. Ora são pais, filhos, profissionais, colegas, amigos, companheiros... gerir estas múltiplas funções nem sempre é fácil!
A rotina, as tarefas, as relações que se vão estabelecendo, as perspectivas e incertezas quanto ao futuro podem gerar algumas dificuldades com as quais se torna difícil de lidar, suportar e ultrapassar.  Para além disso, é nesta altura que tende a existir um confronto com situações mal resolvidas do passado e que certamente têm um impacto sobre a forma como é vivido o presente e perspectivado o futuro.
A Intervenção no Adulto, parte do ponto da evolução emocional em que se encontra o paciente, ou seja, a evolução emocional que a sua experiência de vida e as relações que teve e tem, o permitiram alcançar, e abre a possibilidade da continuação deste processo maturativo de forma a alcançar a sua organização psicológica. O envolvimento num espaço contentor e confidencial de partilha e reflexão, promove, em Psicoterapia, trabalhar não apenas o adulto em sofrimento, mas essencial e posteriormente, o crescimento interior da pessoa na sua relação com o seu mundo e com os que o rodeiam.  O/A Psicólogo/a proporciona um tempo e espaço com potencialidade transformadora, procurando auxiliar a pessoa a restabelecer o seu funcionamento, equilíbrio e bem-estar.
Não Hesite e Peça Ajuda!
O Reconhecer Que Precisa de Ajuda é o Primeiro Passo Para Iniciar o Processo!
Pedir Ajuda é um Acto de Coragem e Não de Fracasso!

Intervenção na Adolescência

INTERVENÇÃO EM ADOLESCENTES - PSICOTERAPIA NA ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma etapa de conflitos e contradições para a maioria dos jovens, isto porque, na adolescência já não se é criança mas também ainda não se é adulto! O jovem entra no mundo adulto através de profundas alterações no seu corpo, deixa para trás a infância e é lançado num mundo desconhecido de novas relações.
Na Psicoterapia na Adolescência, é criado um espaço terapêutico, que permite ao adolescente sentir-se acompanhado e compreendido, de forma a crescer emocionalmente, resolvendo assim todas as suas problemáticas sócio-emocionais e cognitivas.  O/A Psicólogo/a pode auxiliar neste processo de reflexão e de mudança perante qual o adolescente se confronta. Com os adolescentes trata-se de ajudá-los a lidar com os problemas emocionais que frequentemente surgem durante a adolescência ou início da vida adulta, como por exemplo sentimentos de não integração, isolamento, depressão, ansiedade, ou com problemas que podem ser reactivos a um acontecimento stressante na vida.

Quando Devemos Procurar Ajuda?
  • Dificuldades de Atenção e Concentração
  • Dificuldades de Comportamento
  • Dificuldades de Relacionamento
  • Dificuldades Escolares
  • Problemas do Comportamento Alimentar
  • Problemas ao Nível da Imagem Corporal
  • Uso de Drogas
  • Depressão
  • Ideação suicida
  • Indecisão vocacional
  • Etc.


Intervenção na Infância - Ludoterapia

Intervenção na Infância – Ludoterapaia
A intervenção psicológica com crianças é feita através da Ludoterapia - psicoterapia através do brincar. As crianças são incapazes de perceber e exprimir os seus sentimentos, preocupações e experiências da mesma forma que os adultos, assim, é através do brincar, do desenhar e do falar, que é possível  provocar mudanças nos esquemas mentais das crianças de forma a ajudá-las a organizar-se. A Ludoterapia permite-lhes comunicar o que ainda não conseguem articular. É através do jogo, do brincar, dos desenhos que a criança vai exteriorizando as suas emoções e sentimentos, permitindo ao psicólogo/a ajudá-la a reorganizar o seu aparelho psíquico. Assim, a articulação da relação terapêutica com o brincar torna-se terapêutico ao permitir à criança exprimir-se, compreender-se e experimentar diferentes formas de lidar com os seus conflitos, medos e angústias.

Como é Que a Ludoterapia Pode Ajudar o/a meu/minha filho/a?
Através da Ludoterapia, a criança pode alterar a sua forma de olhar os acontecimentos, as relações e o mundo. Ao recriar as suas frustrações e ao conseguir lidar com elas de uma outra forma na brincadeira, a criança está a consciencializar-se e a ganhar confiança em si própria para lidar com essas questões.

Quanto Tempo Demora um Processo Ludoterapêutico?
Este é um processo que depende de inúmeros factores e experiências passadas e presentes. Os dois factores mais importantes dizem respeito à etapa de desenvolvimento em que a criança está e à sua idade, sendo por isso, fazer uma previsão. Normalmente, quanto mais recentes são os sintomas apresentados pela criança, menos tempo demorará a terapia.

O Brincar na Ludoterapia é Diferente do Brincar em Casa?
O brincar tem três funções básicas: desenvolvimento motor, desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento emocional. Na Ludoterapia, a intervenção do/ Psicóloga/a coloca a ênfase nas questões emocionais, com o objectivo de conduzir à compreensão, reestruturação e equilíbrio psicológicos e, consequentemente, ao bem-estar da criança.  

Quando Devemos Procurar Ajuda?
Os pais devem recorrer à ajuda de um/a Psicólogo/a sempre que sintam alguma alteração no comportamento do seu/sua filho/a. As situações mais frequentes são:
v Problemas de Desenvolvimento
v     Dificuldades de Relacionamento
v     Problemas de Comportamento (ex. agressividade, apatia, irrequietude motora, etc.)
v     Medos Excessivos
v     Enurese (urinar nas cuecas) e Encoprese (evacuar nas cuecas)
v     Choro indiscriminado e sem causa aparente
v     Adaptação a Situações de Mudança: separação dos pais, mudança de casa, nascimento de um irmão
v     Situações Traumáticas
v     Dificuldades de Aprendizagem
v     Dificuldades de Atenção e Concentração
v     Depressão
v     Quadros Fóbicos e Ansiosos
v     Etc.

 

Acompanhamento Psicoterapêutico - Perguntas Frequentes

O Que Acontece na Prática no Processo Terapêutico?
Espera-se que o paciente verbalize os seus sentimentos e pensamentos, sem receio de que não façam sentido ou de que sejam criticados. Não importa tratar os acontecimentos que têm lugar no mundo externo, mas sim a sua repercussão no mundo interno do paciente.
Deste modo, é natural que haja alguma dificuldade inicial em levá-la a cabo. Mas só assim poderá aceder aos conflitos intrapsíquicos que estão na base dos sintomas apresentados.

O/A psicólogo/a é um/a Médico/a Que "Mexe Com a Cabeça das Pessoas?
O/A Psicólogo/a não é um/a médico/a, nem mexe com a cabeça das pessoas! 
O/A Psicólogo/a pensa com as pessoas! É um Profissional de Saúde que dispõem de métodos e técnicas científicas que possibilitam a Avaliação Psicológica e o Acompanhamento Psicoterapêutico. A situação terapêutica requer uma relação empática onde o/a Psicólogo/a e o/a paciente unem esforços para delinearem um plano e objectivos terapêuticos. A mudança na pessoa não acontece porque o/a Psicólogo/a “mexe com a cabeça” mas sim porque o processo terapêutico possibilita essa mudança.

Quando e Porquê devo Consultar um/a Psicólogo/a?
Pode procurar um/a Psicólogo/a quando se depara perante com dificuldades e problemas que não está a conseguir resolver ou ultrapassar. Também poderá procurá-lo simplesmente para fazer uma psicoterapia pessoal com o objectivo de auto-conhecimento e valorização pessoal. O/A Psicólogo/a é uma profissional com formação académica específica para ajudá-lo nesta viagem de descoberta, resolução e encontro.

Será Que Não Poderia Resolver os Meus Problemas Sozinho/a?
Existe a ideia generalizada de que conseguimos ultrapassar os problemas sozinho/a mas a verdade é que grande parte deles também não se originou sozinhos, nem de um dia para o outro. Por outro lado, quando vivenciamos um determinado problema, podemos estar de tal modo envolvidos emocionalmente que não conseguimos observar a situação de outra perspectiva, encontrar outros caminhos, ou perspectivar outras soluções. O/A Psicólogo/a oferece um auxílio especializado que decorre dos seus conhecimentos, instrumentos e técnicas e por isso é uma ajuda diferente daquela que é obtida através de amigos e familiares. O/A Psicólogo/a tem o papel de pensar em conjunto com o paciente, mostrar-lhe aquilo que ainda não se apercebeu, devolver-lhe uma compreensão do que se está a passar e encontrar formas de ultrapassar essa situação de desconforto.

O Que Vão Pensar os Meus Familiares e Amigos se eu Procurar Ajuda Psicoterapêutica?  
Cada vez mais se torna recorrente as pessoas procurarem um/a Psicólogo/a em determinado momento das suas vidas. Mais do que aquilo que as outras pessoas vão pensar da sua decisão, o importante é que está a fazer algo por si, que reconheceu que precisa de ajuda e isso já um passo muito importante.

Vou Pagar Para Ouvir Conselhos?
Não!
Um Psicólogo/a não cobra nem dá conselhos, pois não é um conselheiro!
Um/a Psicólogo/a é um técnico de Saúde Mental que estabelecendo associações acerca do que pensa, sente e vivência, de forma a compreender a dinâmica do problema. Questiona-o muitas vezes. Clarifica-o nos momentos de dúvida e incerteza. Confronta-o quando é necessário. Reformula quando o seu pensamento parece estar preso e contaminado por ideias irrealistas, negativas ou redutoras. Tranquiliza-o nas horas de dor e de sofrimento. Estimula-o, caminhando consigo.
O/A Psicólogo/a amplifica o seu campo de visão, leva-o a escutar-se, mostra-lhe os vários caminhos, ajuda-o nas tomadas de decisão mas não decide por si. Acompanha-o e por vezes, vai mais à frente para preparar o terreno mas noutras alturas recua e incentiva-o a enfrentar os desafios, a conquistar os seus objectivos, a concretizar os seus sonhos, mas acima de tudo está ao seu lado para ajudá-lo a ser mais feliz.

Psicólogos, Psiquiatras, Psicanalistas, Psicoterapeutas  e Neurologistas são a mesma coisa?
Não!
  • Os/As Psiquiatras são médicos/as licenciados/as em Medicina com especialização em Psiquiatria. É um profissional de Saúde Mental qualificado para distinguir entre causas físicas e psicológicas de doenças físicas e mentais e para reconhecer o sofrimento emocional nas suas diversas manifestações (somáticas e/ ou emocionais).
    Sendo médico/a, pode medicar e propor psicoterapia. 
    Estes profissionais de saúde são responsáveis pelo tratamento farmacológico dos sintomas e, apesar de considerarem a complexidade e dinâmica da pessoa, focalizam-se principalmente sobre os aspectos fisiológicos das manifestações psíquicas indesejáveis (sintomas).
  • Os/As Psicólogos/as não são médicos/as, são profissionais de Saúde Mental, licenciados em Psicologia, e como tal, não podem medicar. A sua função exclusiva é a de Avaliação Psicológica, pois essa é a  sua especificidade e o que o distingue de qualquer outro profissional de saúde mental. Outra das suas funções é o acompanhamento psicoterapêutico. O/A Psicólogo/a tem contacto com várias abordagens psicológicas e pode optar por um desses campos teóricos, ou integrar saberes de diversas correntes.
  • Os/As Psicoterapeutas são Psicólogos/as ou Médicos/as que tiraram uma formação especializada em Psicoterapia numa determinada Sociedade após a conclusão da licenciatura em Psicologia Clínica. Existem diversos ramos de Psicoterapias (Psicanalítica, Cognitiva, Comportamental, Sistémica, Integrativa, Breve, etc.) e o tempo de formação teórica e prática é variável. Um Psicoterapeuta tem um quadro teórico, formação e um setting específicos, objectivos concretos e funções sistematizadas. Os/As Psicanalistas podem ser Psicólogos/as ou Médicos/as com formação em Psicanálise na Sociedade de Psicanálise. Possuem essencialmente a função analítica e o objectivo é a reestruturação/organização da personalidade através do aclaramento progressivo da dinâmica psicológica inconsciente.
  • Os/As Neurologistas assim como os/as Psiquiatras são médicos/as licenciados em Medicina com especialização em Neurologia. O/A Neurologista fez uma especialização em Neurologia enquanto o/a Psiquiatra a fez em Psiquiatria e Saúde Mental.
    São do âmbito da neurologia as doenças orgânicas, com substrato físico comprovado que envolvem o sistema nervoso central e periférico, como por exemplo, Neoplasias, doenças degenerativas, epilepsia, paralisias, etc.
    As doenças com alterações funcionais (isto é, sem alteração comprovada de substrato anatómico, são do âmbito da psiquiatria).
    Assim depressões, ansiedade, fobias, obsessões, distúrbios de adaptação, distúrbios do humor, da personalidade, distúrbios psicóticos (ex. esquizofrenia) são do âmbito da psiquiatria.
    Existe a tendência para recorrer ao Neurologista por depressão e ansiedade ao invés de recorrer ao Psiquiatra (que seria o especialista mais adequado por melhor dominar o diagnóstico e tratamento destas situações) devido ao receio de estigma ainda associado à consulta com um psiquiatra
    .