domingo, 10 de abril de 2011

Artigos Com Psicologia

DIZER “NÃO” TAMBÉM É AMOR!!!

A importância do “Não” na criação de um clima estável e seguro para a Criança


 Uma das maiores dificuldades na educação de uma criança consiste na tarefa de saber dosar amor e permissividade com limite e autoridade. Todos temos consciência da importância de impôr limites, mas isso, parece não ser suficiente para fazer desta uma tarefa fácil. Os pais frequentemente deparam-se com muitas dúvidas: Estou a agir certo? Onde eu errei? Por que ele não me obedece?


Falar de transmitir o “Não” é falar de impôr regras e limites.
As regras e os limites são fundamentais para que a criança se desenvolva psicologicamente saudável.
Como nos diz Winnicott, a mãe tem um papel singular no desenvolvimento emocional da criança, sendo esta imprescindível em todo o processo no qual a criança atinge a unificação do self.  Segundo o autor, é a natureza emocional da relação e as trocas interactivas mãe-bebé que funcionam como alicerces para a diferenciação e estruturação do self, ou seja, é o vínculo emocional e físico estabelecido entre a díade que determina as bases para o saudável desenvolvimento das competências inatas do indivíduo.  Desde logo, que a principal tarefa da mãe é a preocupação materna primária, é o seu estado característico de dedicação que permite, não só, oferecer-se naturalmente e de bom grado para cuidar do/a filho/a, como também, ser capaz de providenciar experiências positivas que permitam que o Eu incipiente do bebé emirja, fornecendo para tal um meio seguro no seio do qual o bebé é experienciado e contido.
Winnicott defende que se a mãe for portadora desta condição psicológica será uma mãe “suficientemente boa”, pois efectua uma adaptação activa às necessidades do bebé diminuindo, gradualmente, esta adaptação consoante sente que o/a seu/sua filho/a é capaz de lidar com a frustração na sua ausência. Uma mãe “suficientemente boa” consegue responder à omnipotência do filho, dar-lhe sentido e promover a integração do ego da criança. Assim, mediante a força que a mãe dá ao ego do filho, através da implementação das expressões omnipotentes, este vai progressivamente adquirir vida autónoma.
Neste sentido, é desde muito cedo, que os pais devem começar a estabelecer os limites na sua criança! Os pais ao não responderem de imediato às solicitações do/a seu/sua bebé, estão a ensinar-lhe desde logo a gerir e a aumentar a sua capacidade de tolerância à frustração, e consequentemente, a ensinar-lhes  a serem crianças mais felizes.
Para percebermos melhor esta questão, é importante analisar como a noção do proibido  vai constituindo-se ao longo do desenvolvimento infantil, pois só assim, se torna mais fácil compreender o comportamento da criança.
Até ao fim do primeiro ano de vida, a criança obedece ao princípio primordial da vida humana -  o Princípio do Prazer - por isso procura apenas fazer o que lhe causa satisfação e tenta “fugir” do que é vivido como algo desprazeroso. Nesse estádio do desenvolvimento, age por impulso instintivo. Esse é o primeiro sistema de funcionamento mental, o mais primitivo e existente desde o nascimento do indivíduo, que é denominado de id. O id é essencialmente impulsivo – age primeiro e pensa depois. É imperioso, intolerante, egoísta e amoral; é agressivo, sexual, destrutivo, ciumento, enfim, é tudo que existe de selvagem em nossa natureza. Assim, a criança quer fazer tudo o que lhe vem à mente: deseja o que vê, imita o que fazem ao seu redor e tem permanentemente insaciável e activa a sua curiosidade que, frequentemente, aborrece, preocupa e constrange as pessoas. Ao mesmo tempo, essa impulsividade é uma das necessidades mais prementes em seu desenvolvimento, que, quando reprimida, gera crianças sem brilho, apáticas, desinteressadas e rigidamente bem comportadas. A necessidade de tocar, apalpar, mexer, demonstrar, destruir, desfazer e tentar reconstruir objetos são atividades importantíssimas e fazem parte de sua forma de entrar em contato com o mundo externo.
A partir dos 18 meses, a criança começa a opor-se para afirmar-se e existir por si mesma. É o início da fase do “Não”, tão temida pelos pais, e que termina, na melhor das hipóteses, por volta dos três ou quatro anos. Nessa fase, trata-se de uma oposição sistemática, porém necessária à estruturação e organização de sua personalidade. Para uma criança, dizer "não" significa apenas: "Eu acho que não! E você?" Ela quer simplesmente uma resposta dos pais que, favorável ou não, terá, pelo menos, o mérito de indicar os limites.
A partir dos três ou quatro anos, a criança passa, pouco a pouco, do "não" sistemático – modo de comunicação arcaico, mas necessário ao seu desenvolvimento – para o "não" refletido, que afirma seus gostos e escolhas.
Percebemos, então que os primeiros anos de vida da criança são os mais importantes, pois é quando se configura aquilo que vai ser a sua personalidade, é quando grande parte da sua estrutura mental  vai organizar-se.
Para se tornarem adultos maduros, as crianças precisam de ter uma série de normas e de limites bem claros. E quando a família não lhes dá essa base, facilmente se tornam manipuladoras, estando constantemente a testar os limites.

Na Prática, Como Impor Regras e Limites???

v     Os pais não devem ser companheiros dos seus filhos, mas sim orientadores, isto é, os filhos contam que os pais exerçam o papel de pais, porque mais ninguém o fará. Uma dose q.b. de autoridade vai fornecer-lhes a estabilidade e a segurança diárias de que necessitam.

v     Outro factor importante é o facto de existirem diferentes limites e regras para os diferentes tipos de idade. É importante que os pais reconheçam as diferentes fases pelas quais as crianças passam e se consigam inteirar das mesmas. E que nunca transmitam qualquer tipo de insegurança, porque as crianças rapidamente percebem quando os pais não se sentem seguros, e um pai que não é seguro transmite essa insegurança aos seus filhos.

v     É no equilíbrio entre a negociação diária e uma autoridade regrada que vai conseguir contrariar a teimosia e tirania das crianças. Daí que dizer “Não” seja, de facto, importante. Mas essa autoridade deve viver a par com uma negociação que se pode pôr em prática nas mais variadas actividades do quotidiano. O diálogo é uma das principais ferramentas na educação de uma criança, contudo este só funciona quando elas estão de facto a ouvir, o que só acontece quando estão tranquilas e não durante as suas birras. É um erro tentar explicar algo nessa altura, porque esse é o momento de actuar, de impor os limites.

v     Se as crianças não errarem e não souberem como ultrapassar as dificuldades pertencentes aos seus erros, dificilmente serão crianças felizes. A criança tem de se acostumar a pequenas frustrações e não a ter tudo o que lhe apetece naquele momento, porque essas frustrações fazem parte da vida. Se facilitarmos tudo no momento, isso vai resultar num adulto que facilmente se perderá quando surgir algum tipo de dificuldade. E isto porque nunca lhe foram criadas situações de ter de lidar com a frustração.

Desta forma é importante que os pais estejam bem presentes na vida dos/as seus/suas filhos/as, constituindo o pilar das suas vidas. Se os pais e educadores souberem escutar e actuar no momento certo, o que implica um “Não firme”, as crianças irão respeitá-los e reforçar as suas próprias capacidades de superar momentos e dificuldades.

                                                                                                   Telma Serrão
                                                                                                Psicóloga Clínica

 

Intervenção em Adultos

INTERVENÇÃO EM ADULTOS/PSICOTERAPIA NO ADULTO
Aos adultos é lhes muitas vezes exigido o desempenho de vários papéis. Ora são pais, filhos, profissionais, colegas, amigos, companheiros... gerir estas múltiplas funções nem sempre é fácil!
A rotina, as tarefas, as relações que se vão estabelecendo, as perspectivas e incertezas quanto ao futuro podem gerar algumas dificuldades com as quais se torna difícil de lidar, suportar e ultrapassar.  Para além disso, é nesta altura que tende a existir um confronto com situações mal resolvidas do passado e que certamente têm um impacto sobre a forma como é vivido o presente e perspectivado o futuro.
A Intervenção no Adulto, parte do ponto da evolução emocional em que se encontra o paciente, ou seja, a evolução emocional que a sua experiência de vida e as relações que teve e tem, o permitiram alcançar, e abre a possibilidade da continuação deste processo maturativo de forma a alcançar a sua organização psicológica. O envolvimento num espaço contentor e confidencial de partilha e reflexão, promove, em Psicoterapia, trabalhar não apenas o adulto em sofrimento, mas essencial e posteriormente, o crescimento interior da pessoa na sua relação com o seu mundo e com os que o rodeiam.  O/A Psicólogo/a proporciona um tempo e espaço com potencialidade transformadora, procurando auxiliar a pessoa a restabelecer o seu funcionamento, equilíbrio e bem-estar.
Não Hesite e Peça Ajuda!
O Reconhecer Que Precisa de Ajuda é o Primeiro Passo Para Iniciar o Processo!
Pedir Ajuda é um Acto de Coragem e Não de Fracasso!

Intervenção na Adolescência

INTERVENÇÃO EM ADOLESCENTES - PSICOTERAPIA NA ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma etapa de conflitos e contradições para a maioria dos jovens, isto porque, na adolescência já não se é criança mas também ainda não se é adulto! O jovem entra no mundo adulto através de profundas alterações no seu corpo, deixa para trás a infância e é lançado num mundo desconhecido de novas relações.
Na Psicoterapia na Adolescência, é criado um espaço terapêutico, que permite ao adolescente sentir-se acompanhado e compreendido, de forma a crescer emocionalmente, resolvendo assim todas as suas problemáticas sócio-emocionais e cognitivas.  O/A Psicólogo/a pode auxiliar neste processo de reflexão e de mudança perante qual o adolescente se confronta. Com os adolescentes trata-se de ajudá-los a lidar com os problemas emocionais que frequentemente surgem durante a adolescência ou início da vida adulta, como por exemplo sentimentos de não integração, isolamento, depressão, ansiedade, ou com problemas que podem ser reactivos a um acontecimento stressante na vida.

Quando Devemos Procurar Ajuda?
  • Dificuldades de Atenção e Concentração
  • Dificuldades de Comportamento
  • Dificuldades de Relacionamento
  • Dificuldades Escolares
  • Problemas do Comportamento Alimentar
  • Problemas ao Nível da Imagem Corporal
  • Uso de Drogas
  • Depressão
  • Ideação suicida
  • Indecisão vocacional
  • Etc.


Intervenção na Infância - Ludoterapia

Intervenção na Infância – Ludoterapaia
A intervenção psicológica com crianças é feita através da Ludoterapia - psicoterapia através do brincar. As crianças são incapazes de perceber e exprimir os seus sentimentos, preocupações e experiências da mesma forma que os adultos, assim, é através do brincar, do desenhar e do falar, que é possível  provocar mudanças nos esquemas mentais das crianças de forma a ajudá-las a organizar-se. A Ludoterapia permite-lhes comunicar o que ainda não conseguem articular. É através do jogo, do brincar, dos desenhos que a criança vai exteriorizando as suas emoções e sentimentos, permitindo ao psicólogo/a ajudá-la a reorganizar o seu aparelho psíquico. Assim, a articulação da relação terapêutica com o brincar torna-se terapêutico ao permitir à criança exprimir-se, compreender-se e experimentar diferentes formas de lidar com os seus conflitos, medos e angústias.

Como é Que a Ludoterapia Pode Ajudar o/a meu/minha filho/a?
Através da Ludoterapia, a criança pode alterar a sua forma de olhar os acontecimentos, as relações e o mundo. Ao recriar as suas frustrações e ao conseguir lidar com elas de uma outra forma na brincadeira, a criança está a consciencializar-se e a ganhar confiança em si própria para lidar com essas questões.

Quanto Tempo Demora um Processo Ludoterapêutico?
Este é um processo que depende de inúmeros factores e experiências passadas e presentes. Os dois factores mais importantes dizem respeito à etapa de desenvolvimento em que a criança está e à sua idade, sendo por isso, fazer uma previsão. Normalmente, quanto mais recentes são os sintomas apresentados pela criança, menos tempo demorará a terapia.

O Brincar na Ludoterapia é Diferente do Brincar em Casa?
O brincar tem três funções básicas: desenvolvimento motor, desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento emocional. Na Ludoterapia, a intervenção do/ Psicóloga/a coloca a ênfase nas questões emocionais, com o objectivo de conduzir à compreensão, reestruturação e equilíbrio psicológicos e, consequentemente, ao bem-estar da criança.  

Quando Devemos Procurar Ajuda?
Os pais devem recorrer à ajuda de um/a Psicólogo/a sempre que sintam alguma alteração no comportamento do seu/sua filho/a. As situações mais frequentes são:
v Problemas de Desenvolvimento
v     Dificuldades de Relacionamento
v     Problemas de Comportamento (ex. agressividade, apatia, irrequietude motora, etc.)
v     Medos Excessivos
v     Enurese (urinar nas cuecas) e Encoprese (evacuar nas cuecas)
v     Choro indiscriminado e sem causa aparente
v     Adaptação a Situações de Mudança: separação dos pais, mudança de casa, nascimento de um irmão
v     Situações Traumáticas
v     Dificuldades de Aprendizagem
v     Dificuldades de Atenção e Concentração
v     Depressão
v     Quadros Fóbicos e Ansiosos
v     Etc.

 

Acompanhamento Psicoterapêutico - Perguntas Frequentes

O Que Acontece na Prática no Processo Terapêutico?
Espera-se que o paciente verbalize os seus sentimentos e pensamentos, sem receio de que não façam sentido ou de que sejam criticados. Não importa tratar os acontecimentos que têm lugar no mundo externo, mas sim a sua repercussão no mundo interno do paciente.
Deste modo, é natural que haja alguma dificuldade inicial em levá-la a cabo. Mas só assim poderá aceder aos conflitos intrapsíquicos que estão na base dos sintomas apresentados.

O/A psicólogo/a é um/a Médico/a Que "Mexe Com a Cabeça das Pessoas?
O/A Psicólogo/a não é um/a médico/a, nem mexe com a cabeça das pessoas! 
O/A Psicólogo/a pensa com as pessoas! É um Profissional de Saúde que dispõem de métodos e técnicas científicas que possibilitam a Avaliação Psicológica e o Acompanhamento Psicoterapêutico. A situação terapêutica requer uma relação empática onde o/a Psicólogo/a e o/a paciente unem esforços para delinearem um plano e objectivos terapêuticos. A mudança na pessoa não acontece porque o/a Psicólogo/a “mexe com a cabeça” mas sim porque o processo terapêutico possibilita essa mudança.

Quando e Porquê devo Consultar um/a Psicólogo/a?
Pode procurar um/a Psicólogo/a quando se depara perante com dificuldades e problemas que não está a conseguir resolver ou ultrapassar. Também poderá procurá-lo simplesmente para fazer uma psicoterapia pessoal com o objectivo de auto-conhecimento e valorização pessoal. O/A Psicólogo/a é uma profissional com formação académica específica para ajudá-lo nesta viagem de descoberta, resolução e encontro.

Será Que Não Poderia Resolver os Meus Problemas Sozinho/a?
Existe a ideia generalizada de que conseguimos ultrapassar os problemas sozinho/a mas a verdade é que grande parte deles também não se originou sozinhos, nem de um dia para o outro. Por outro lado, quando vivenciamos um determinado problema, podemos estar de tal modo envolvidos emocionalmente que não conseguimos observar a situação de outra perspectiva, encontrar outros caminhos, ou perspectivar outras soluções. O/A Psicólogo/a oferece um auxílio especializado que decorre dos seus conhecimentos, instrumentos e técnicas e por isso é uma ajuda diferente daquela que é obtida através de amigos e familiares. O/A Psicólogo/a tem o papel de pensar em conjunto com o paciente, mostrar-lhe aquilo que ainda não se apercebeu, devolver-lhe uma compreensão do que se está a passar e encontrar formas de ultrapassar essa situação de desconforto.

O Que Vão Pensar os Meus Familiares e Amigos se eu Procurar Ajuda Psicoterapêutica?  
Cada vez mais se torna recorrente as pessoas procurarem um/a Psicólogo/a em determinado momento das suas vidas. Mais do que aquilo que as outras pessoas vão pensar da sua decisão, o importante é que está a fazer algo por si, que reconheceu que precisa de ajuda e isso já um passo muito importante.

Vou Pagar Para Ouvir Conselhos?
Não!
Um Psicólogo/a não cobra nem dá conselhos, pois não é um conselheiro!
Um/a Psicólogo/a é um técnico de Saúde Mental que estabelecendo associações acerca do que pensa, sente e vivência, de forma a compreender a dinâmica do problema. Questiona-o muitas vezes. Clarifica-o nos momentos de dúvida e incerteza. Confronta-o quando é necessário. Reformula quando o seu pensamento parece estar preso e contaminado por ideias irrealistas, negativas ou redutoras. Tranquiliza-o nas horas de dor e de sofrimento. Estimula-o, caminhando consigo.
O/A Psicólogo/a amplifica o seu campo de visão, leva-o a escutar-se, mostra-lhe os vários caminhos, ajuda-o nas tomadas de decisão mas não decide por si. Acompanha-o e por vezes, vai mais à frente para preparar o terreno mas noutras alturas recua e incentiva-o a enfrentar os desafios, a conquistar os seus objectivos, a concretizar os seus sonhos, mas acima de tudo está ao seu lado para ajudá-lo a ser mais feliz.

Psicólogos, Psiquiatras, Psicanalistas, Psicoterapeutas  e Neurologistas são a mesma coisa?
Não!
  • Os/As Psiquiatras são médicos/as licenciados/as em Medicina com especialização em Psiquiatria. É um profissional de Saúde Mental qualificado para distinguir entre causas físicas e psicológicas de doenças físicas e mentais e para reconhecer o sofrimento emocional nas suas diversas manifestações (somáticas e/ ou emocionais).
    Sendo médico/a, pode medicar e propor psicoterapia. 
    Estes profissionais de saúde são responsáveis pelo tratamento farmacológico dos sintomas e, apesar de considerarem a complexidade e dinâmica da pessoa, focalizam-se principalmente sobre os aspectos fisiológicos das manifestações psíquicas indesejáveis (sintomas).
  • Os/As Psicólogos/as não são médicos/as, são profissionais de Saúde Mental, licenciados em Psicologia, e como tal, não podem medicar. A sua função exclusiva é a de Avaliação Psicológica, pois essa é a  sua especificidade e o que o distingue de qualquer outro profissional de saúde mental. Outra das suas funções é o acompanhamento psicoterapêutico. O/A Psicólogo/a tem contacto com várias abordagens psicológicas e pode optar por um desses campos teóricos, ou integrar saberes de diversas correntes.
  • Os/As Psicoterapeutas são Psicólogos/as ou Médicos/as que tiraram uma formação especializada em Psicoterapia numa determinada Sociedade após a conclusão da licenciatura em Psicologia Clínica. Existem diversos ramos de Psicoterapias (Psicanalítica, Cognitiva, Comportamental, Sistémica, Integrativa, Breve, etc.) e o tempo de formação teórica e prática é variável. Um Psicoterapeuta tem um quadro teórico, formação e um setting específicos, objectivos concretos e funções sistematizadas. Os/As Psicanalistas podem ser Psicólogos/as ou Médicos/as com formação em Psicanálise na Sociedade de Psicanálise. Possuem essencialmente a função analítica e o objectivo é a reestruturação/organização da personalidade através do aclaramento progressivo da dinâmica psicológica inconsciente.
  • Os/As Neurologistas assim como os/as Psiquiatras são médicos/as licenciados em Medicina com especialização em Neurologia. O/A Neurologista fez uma especialização em Neurologia enquanto o/a Psiquiatra a fez em Psiquiatria e Saúde Mental.
    São do âmbito da neurologia as doenças orgânicas, com substrato físico comprovado que envolvem o sistema nervoso central e periférico, como por exemplo, Neoplasias, doenças degenerativas, epilepsia, paralisias, etc.
    As doenças com alterações funcionais (isto é, sem alteração comprovada de substrato anatómico, são do âmbito da psiquiatria).
    Assim depressões, ansiedade, fobias, obsessões, distúrbios de adaptação, distúrbios do humor, da personalidade, distúrbios psicóticos (ex. esquizofrenia) são do âmbito da psiquiatria.
    Existe a tendência para recorrer ao Neurologista por depressão e ansiedade ao invés de recorrer ao Psiquiatra (que seria o especialista mais adequado por melhor dominar o diagnóstico e tratamento destas situações) devido ao receio de estigma ainda associado à consulta com um psiquiatra
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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Para relembrar os nossos trabalhinhos do Outono!!!

Quando o Outono chegou os meninos da creche de Odeceixe fizeram uns trabalhinhos para enfeitar as nossas salinhas... e resolvemos partilhar com vocês!!!

Projecto de Leitura "A Maleta Mágica"



FUNDAMENTAÇÃO

A comunicação é uma necessidade do ser humano e a sociedade actual confronta-nos constantemente com o código escrito, num apelo à leitura mas também à interpretação, o cada vez mais fácil acesso á informação desafia-nos permanentemente e exige novas literacias e competências.
Para que os nossos adultos de amanhã sejam autónomos, responsáveis, participativos, e possuam a capacidade de construir conhecimento através da interacção e partilha, precisamos de promover o acesso á informação mas também a sua consequente transformação em conhecimento e isto passa, sem qualquer dúvida, também pela leitura.
Desta forma, o ideal é iniciar desde cedo este processo com as nossas crianças, através de uma acção concertada e coerente, nomeadamente entre Família e Instituição, para a promoção de hábitos de leitura e na formação de leitores competentes.
Desde sempre a criança deve ser incentivada à leitura e a participar na aventura da descoberta do prazer de ler.
O contacto com os livros, ainda na 1ª infância, é muito benéfico para o desenvolvimento das crianças.
Estimular a leitura desde o berçário com bebés que ainda não sabem falar, pode ser muito importante e o caminho para se formar um leitor, o bebé observa, explora, contacta com as letras e com as imagens, é fundamental despertar este gosto desde cedo, cativando desde logo a atenção e interesse das crianças.
A leitura de histórias estimula a aquisição de linguagem e o estruturar do vocabulário. A leitura ajuda a despertar na criança a sensibilidade para diferentes formas de expressão, sendo igualmente um contributo para o desenvolvimento do seu potencial criativo.
Através dos livros as crianças conhecem e apreendem o mundo, sonham e deparam-se com diferentes realidades, para além disso a experiência única que é ouvir ou ler uma história, a partilha que propicia, aproxima, potencia e fortalece a relação da criança com o outro.
Por tudo isto, nasceu a ideia de elaborar este Projecto, que pretende proporcionar experiências diversificadas, momentos felizes e de qualidade às nossas crianças, sabendo que contribuem para o seu desenvolvimento harmonioso, e com a interacção e partilha com as famílias, para que essa mais valia que é a leitura de histórias, se estenda para além da Instituição, no lar das famílias e comunidade.



OBJECTIVOS

Este Projecto pretende ter impacto sobre os vários intervenientes que compõem a Instituição Casa da Criança do Rogil, desta forma foram estabelecidos para os vários envolvidos objectivos específicos:

Concretamente em relação às Crianças, o nosso principal destinatário:
◊ Contribuir para o desenvolvimento intelectual e emocional das crianças através dos livros;
◊ Proporcionar o contacto das crianças com os livros, livros adequados à sua faixa etária, diversificados e de qualidade;
◊ Incentivar o gosto e interesse das crianças pelos livros e estimular o prazer da leitura;
◊ Promover nas crianças o respeito pelos livros, objecto de grande valor;

No que diz respeito às Famílias das nossas crianças, pretendemos:
◊ Promover a participação e envolvimento das famílias;
◊ Desenvolver o gosto pela leitura em ambiente familiar;
◊ Proporcionar a partilha de leituras;
◊ Sensibilizar as famílias para a importância dos livros para as crianças;
◊ Sensibilizar as famílias para a escolha de livros de qualidade, adequados à faixa etária das crianças;
◊ Sensibilizar para a importância e formas de explorar os livros com as crianças;
◊ Sensibilizar as famílias para a importância de utilizar com qualidade o tempo passado com as suas crianças.

Em relação à Instituição propriamente dita, temos como objectivo:
◊ Enriquecer a biblioteca da Instituição com livros de qualidade adequados à faixa etária das crianças;
◊  Promover o envolvimento e participação dos colaboradores de forma motivada neste Projecto;
◊  Promover a Interacção e articulação entre as várias valências da Instituição;
◊  Fortalecer na Instituição um ambiente promotor da leitura.


Por fim, pretendemos também em relação à Comunidade:
◊ Promover a participação e envolvimento da comunidade onde a Instituição está inserida
◊ Sensibilizar a comunidade, em geral,  para a importância dos livros.



7 Excelentes razões para ler com as crianças
1-    Ouvir ler em voz alta, ler em conjunto, conversar sobre os livros, desenvolve a inteligência e a imaginação.
2-   Os livros enriquecem o vocabulário e a linguagem.
3-   As imagens, informações e ideias dos livros alargam o conhecimento do mundo.
4-   Quem tem o hábito de ler conhece-se melhor a si próprio e compreende melhor os outros.
5-   Ler em conjunto é divertido, reforça o prazer do convívio.
6-   Os laços afectivos entre as crianças e os adultos que lêem tornam-se mais fortes.
7-   A leitura torna as crianças mais calmas, ajuda-as a ganhar autoconfiança e poder de decisão.
(retirado do site do projecto do Plano Nacional da Leitura)


DESCRIÇÃO

Este é um projecto que será anualmente adoptado pelas valências da Instituição, primeiramente pelas Creches e posteriormente pelas valências de Ludotecas e CATL. O que se pretende é que este projecto seja flexível, de forma a ser adaptado anualmente a cada valência, a cada grupo de crianças e colaboradores e, claro de acordo com o Plano de Actividades definido. Sendo assim, será um projecto construído anualmente e que será complementar ao Projecto Pedagógico elaborado.
Este Projecto define a estrutura, estabelece os objectivos e as acções, e anualmente cada valência dá continuidade ao processo, definindo como o quer desenvolver, não é por isso um processo estanque, pensamos que assim obtemos um projecto mais rico desenvolvido de forma única por cada um dos grupos e desta forma inovamos, aprendemos e melhoramos.
Para atingir os objectivos estabelecidos definimos duas actividades principais:

◊ 1- Actividade de partilha de livros e de experiências 
de leitura entre Instituição e Casa.

◊ 2- Momentos especiais: onde poderá ser incluída qualquer actividade que tenha por base a leitura de histórias e pretenda atingir os objectivos estabelecidos.
Consideramos pertinente elaborar, à partida, os instrumentos que permitirão registar todas as actividades que forem elaboradas durante o ano, no âmbito do Projecto, por cada uma das valências.

 
E assim, no final do ano poderemos avaliar o desenvolvimento do projecto e dar o feedback dessa avaliação a todos os que nele colaboraram.
Estabelecemos assim neste projecto dois momentos a repetir anualmente, no início do ano, a divulgação, dirigida a todos os que pretendemos envolver e no final do ano uma actividade onde é dado o feedback da avaliação aos que nele colaboraram.
Um objectivo paralelo ao desenvolvimento das actividades de leitura é o
Enriquecimento da nossa Biblioteca, de forma a podermos proporcionar às nossas crianças livros diversificados, adequados à sua faixa etária e de qualidade.
Para a concretização deste objectivo vamos envolver a comunidade, como forma de promover a participação e a aproximação da Instituição, crianças e famílias com a comunidade onde está inserida.

RECURSOS
Para o desenvolvimento deste Projecto pensamos afectar ao nível dos recursos:

Recursos Humanos

¹ Este projecto irá primeiramente ser desenvolvido pelas valências de Creche e no ano seguinte será alargados às valências do CATL e Ludotecas, contudo queremos envolver todos os colaboradores da Instituição. Desta forma, a divulgação do projecto será alargada a todos os colaboradores, sendo que serão os responsáveis de cada valência a orientar o desenvolvimento anual do projecto.
¹ As crianças que frequentam as valências da Instituição, são, sem dúvida, o nosso recurso mais valioso, os principais actores do projecto.
¹ As famílias das nossas crianças, a quem pretendemos envolver de modo a obter uma participação activa, e que darão um contributo fundamental para o sucesso do Projecto.
¹ Voluntários da comunidade que se disponibilizem para colaborar na divulgação do projecto.
Recursos Materiais

¹ O principal recurso é a nossa biblioteca, e por isso, temos também como objectivo o seu enriquecimento, mas também outros materiais, objectos, como disfarces ou acessórios, que permitam a exploração da história após a leitura.
¹ Material de divulgação (folhetos), cartas de apresentação do projecto para entidades exteriores e formulários de registo do desenvolvimento do Projecto.

AVALIAÇÃO

A avaliação anual do projecto em cada valência será realizada no final do ano lectivo, no período de Verão, utilizando os formulários de registo das actividades desenvolvidas no âmbito do Projecto e outros instrumentos criados anualmente para esse fim. Nesta avaliação por valência estará reflectida a avaliação de todos os envolvidos, colaboradores, crianças, famílias e comunidade.

A actividade final do projecto será definida anualmente pelos envolvidos e será dado o feedback do Projecto aos que nele participaram.

Desta avaliação por valência resultará um Relatório final conjunto sobre o desenvolvimento do projecto nas várias valências.
Para além desta avaliação final, ao longo do ano serão realizadas reuniões/ encontros para partilha de experiências e organização de actividades em parceria.